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ONG cria rede de psicólogos e promove acolhimento emocional para mais de 250 jovens de baixa renda

Mais do que incentivar os jovens a falar outro idioma e impulsiona-los para a realização do sonho de intercâmbio, a ONG Soul Bilíngue criou um time de 34 voluntários psicólogos que faz o acolhimento emocional remoto de 270 estudantes, de toda a região sudeste do País, sobretudo nesta época de pandemia. Para cada nove jovens de baixa renda, a instituição conta com um profissional voluntário que traz discussões sobre temáticas variadas relacionadas a saúde mental e check-in emocional individual semanalmente, ao longo de seis meses de programa.


Em tempos de tantas incertezas, de isolamento e de instabilidade emocional, ter um profissional para cuidar da saúde mental é algo essencial, mas inacessível para as classes C e D, sendo essas as mais vulneráveis à depressão, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em informações de 2015, o órgão informou que a doença afeta mais de 11,5 milhões de brasileiros de baixa renda, justamente o público alvo da Soul Bilíngue, em que cerca de 52% dos jovens sobrevivem com menos de 1 salário mínimo per capita. Os demais estudantes da iniciativa social ganham até dois salários mínimos por morador da casa.


Além dos acolhimentos em grupos reduzidos, a ONG também oferece atendimento psicológico individualizado em casos que necessitam de maior atenção, sendo o jovem encaminhado para terapias recorrentes e gratuitas. A rede de voluntários psicólogos foi implementada em julho do ano passado e, ao todo, mais de 450 jovens de baixa renda já foram beneficiados pela iniciativa.

Aluna Nathany Doria sobre com crises de ansiedade

A estudante Náthany Doria sofre com crises de ansiedade, o que foram potencializadas pela pandemia e isolamento social. “Depois que comecei as terapias com a Soul, isso diminuiu muito e estou conseguindo me entender mais, colocar na minha cabeça coisas que me deixam menos ansiosa”.


O processo dentro da Soul Bilíngue também tem sido de aprendizado e autoconhecimento para Beatriz Urbano. “A renda em casa diminuiu, todos os meus planos foram adiados pela pandemia e tudo parecia muito confuso na minha cabeça. A psicóloga nos mostra que a gente não está sozinho, que todo mundo está passando por alguma dificuldade e é o momento de crescermos com tudo isso”.


Desde o surgimento da Soul, em abril de 2018, o cuidado com a saúde mental sempre esteve em pauta, mas a decisão de criar uma rede de voluntários de psicologia foi potencializada com o surgimento da COVID-19.


“Não adianta capacitar ex-alunos da rede pública de ensino se não dermos atenção à saúde mental de cada um, sobretudo neste período de pandemia. Isso é o mínimo que podemos fazer por eles. Isso reflete diretamente na motivação e no comprometimento deles com os estudos e com nosso programa como um todo”, revelou a fundadora e CEO da Soul Bilíngue, Ariane Noronha.

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